Os oceanos são a maior biosfera do planeta. Estes cobrem 70% da superfície terrestre e hospedam mais de 220 mil espécies, cerca de 80% de toda a vida do planeta.
Os oceanos são parte do “pulmão do planeta”. Produzem 50% do oxigénio do planeta e absorvem 25% das emissões de dióxido de carbono, captando 90% do calor gerado por essas mesmas emissões.
Adicionalmente, são o maior depósito de carbono contribuindo para a diminuição dos impactos das alterações climáticas.
São fonte de alimento e de recursos minerais e enérgicos, consequentemente, geram postos de trabalho. Estima-se que sejam a base de sustento de 3 mil milhões de pessoas.
Podemos verificar com estes dados como os oceanos são essenciais para a sobrevivência humana, motivo pelo qual devemos zelar pela sua proteção.
A Conferência dos Oceanos das Nações Unidas que ocorreu em Lisboa, entre 27 de junho e 1 de julho deste ano, coorganizada pelos Governos de Portugal e do Quénia teve como lema “Salvar os Oceanos, Proteger o Futuro”.
Participaram mais de 7.000 pessoas, entre elas, representantes de 150 países membro da ONU, reunindo políticos, agências especializadas e organizações internacionais.
O objetivo era debater as ameaças que os oceanos enfrentam, possíveis soluções de proteção para os mesmos e as oportunidades económicas que daí poderiam advir.
Principais problemas dos oceanos:
Risco de desaparecimento dos calotes polares – degelo acelerado;
Alterações na diversidade e distribuição de espécies marinhas e o seu impacto nas zonas costeiras;
Impacto no oceano resultante da ação humana que tem contribuído para a degradação de ecossistemas e extinção de espécies.
Esta conferência aconteceu num momento crítico, uma vez que procuramos solucionar vários problemas profundamente enraizados, acentuados pela pandemia COVID-19 e pela guerra.
Terminou com a promessa de uma mudança transformadora para os oceanos, de forma a vencer o declínio dos ecossistemas marinhos e a assegurar a sustentabilidade ecológica.
Os países-membros da ONU comprometeram-se, uma vez mais, a criar medidas urgentes para alcançar as metas ligadas ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14: Proteger a Vida Marinha - ODS 14.
Estas soluções exigirão transformações estruturais e cooperação a nível global, regional e sub-regional para um mais rápido cumprimento das metas.
Uma “transição azul” passa pelo uso sustentável dos oceanos com ações inovadoras baseadas na ciência e apoiadas pela tecnologia.
Compromissos da Conferência dos Oceanos
Combate à poluição marinha
Prevenir, reduzir e controlar todos os tipos de poluição marinha. Isto inclui resíduos sem tratamento, descarte de resíduos sólidos, substâncias químicas e emissões do setor marítimo, englobando poluição de navios e ruídos subaquáticos;
Prevenir, reduzir e eliminar o lixo plástico marinho. A reciclagem, a garantia de consumo e padrões de produção sustentáveis e o desenvolvimento de alternativas para consumidores e indústrias auxiliarão este objetivo.
Promoção de economias sustentáveis baseadas nos oceanos
Criar medidas para a adaptação às alterações climáticas. O aumento do uso de energias renováveis, com tecnologia baseada nos oceanos, pode reverter as perdas e diminuir os riscos de desastre.
Pesca sustentável
Restaurar e manter o stock de peixes num nível que produza o máximo rendimento sustentável, no menor tempo possível;
Diminuir as perdas nas capturas e devoluções desnecessárias;
Combater a pesca ilegal e irregular;
Monitorar as ações de pesca e aquicultura sustentáveis para garantir uma alimentação nutritiva;
Gestão e conservação de ecossistemas marinhos e costeiros
Minimização da acidificação, desoxigenação e aquecimento dos oceanos
Aumento do conhecimento científico e da tecnologia marinha
Melhorar o uso sustentável dos oceanos, potenciando as ligações entre o ODS 14 (proteger a vida marinha) e outros Objetivos da Agenda 2030
Alguns dos representantes de nações comprometeram-se de imediato a proteger, pelo menos, 30% das zonas marítimas nacionais até 2030, acabar com a poluição de plástico marítima até 2050 e a garantir que 100% do stock de peixes seja mantido dentro dos limites sustentáveis. Várias entidades anunciaram investimentos para tornar as promessas realidade.
Salvar os oceanos é salvar o clima, é proteger o planeta que habitamos e fazê-lo prosperar. Cabe a cada um de nós enquanto indivíduos e à SimpliEsgoto enquanto empresa prestadora de serviços dar o seu contributo neste longo caminho para alcançar o equilíbrio do planeta.
Na nossa área de atuação, desentupimentos e operações relacionadas, a sustentabilidade é uma grande preocupação